BETA-CAROTENO UM POTENTE ANTI-OXIDANTE






O betacaroteno é um pigmento carotenóide antioxidante. Natural, é uma das formas de se obter indiretamente a vitamina A.
Tem sido descobertas grandes propriedades para o betacaroteno nas pesquisas das quais é alvo. Sabe-se hoje que ele é um antioxidante (inibe radicais livres, prevenindo o envelhecimento), beneficia a visão noturna, aumenta a imunidade, dá elasticidade à pele, aumenta o brilho dos cabelos e o fortalecimento das unhas, além de atuar no metabolismo de gorduras.
O betacaroteno também é favorável na obtenção do bronzeamento da pele. Quando transformado em vitamina A em nosso organismo, auxília na formação de melanina, pigmento responsável por proteger a pele dos raios ultravioleta e conferir o bronzeamento.
As principais fontes de betacaroteno são: cenoura, abóbora, beterraba, mamão, manga e a batata doce. Em quantidades menores, pode ser encontrado nos vegetais folhosos como couve, repolho, espinafre, agrião e brócolis.
Consumir grande quantidade de betacaroteno não é perigoso para o organismo. O único efeito colateral conhecido pelo excesso do mesmo é o aparecimento de uma coloração amarelada na pele, que é inócua e não deixa sequelas, que desaparece com a redução do consumo, denominada por hipercarotenodermia.
Informação básica O beta-caroteno é um dos mais de 600 caratenóides existentes na natureza conhecidos. Os caratenóides são os pigmentos que vão do amarelo ao vermelho e que estão distribuídos generalizadamente entre as plantas. Cerca de 50% destes podem potencialmente fornecer actividade de vitamina A, sendo assim referidos como caratenóides de provitamina A. O beta-caroteno é a mais abundante e a mais eficaz provitamina A nos nossos alimentos.
Em teoria, uma molécula de beta-caroteno pode ser clivada em duas moléculas de vitamina A. No entanto, no interior do corpo, o beta-caroteno é apenas convertido parcialmente em vitamina A sendo o resto é armazenado. Para além disso, a proporção do beta-caroteno convertido para vitamina A no corpo é controlado pelo estado de vitamina A e como tal não pode causar a toxicidade da vitamina A nos humanos. Provas disponíveis actualmente sugerem, que para além de ser uma fonte segura de vitamina A, o beta-caroteno desempenha vários papéis biológicos importantes que podem ser independentes do seu estado como provitamina.

Principais fontes na natureza

As melhores fontes de beta-caroteno são os vegetais e frutas de forte tom amarelo/laranja e os vegetais de folhas verde escuras:
  • Vegetais amarelos/laranja – cenouras, batatas-doces, abóboras.
  • Frutas amarelo/laranja – alperces, meloas, papaias, mangas, carambolas, nectarinas, pêssegos
  • Vegetais de folhas verde escuras – espinafres, brocolos, endívias, couve, chicória, escarole, agriões e as partes verdes de linho, nabos, mostarda, dente de leão.
  • Outras boas fontes vegetais e frutas – abóbora menina, aspargos, ervilhas, ginjas, ameixas.
O conteúdo em beta-caroteno de frutas e vegetais pode variar dependendo das estação e do grau de amadurecimento. A biodisponibilidade do beta-caroteno a partir das frutas e vegetais, depende do método de preparação antes da ingestão. Assim, quaisquer indicações relativas ao conteúdo em beta-caroteno dos alimentos são, deste modo, apenas valores aproximados.
Na pequena lista seguinte, o conteúdo em beta-caroteno é dado por 100g de substância ingerível.
Vegetais: cenouras (6,6mg), agriões (5,6mg), espinafres (4,9mg), brócolos (1,5mg), Frutas: mangas (2,9mg), melões (2,0mg), alperces (1,6mg), pêssegos (0,5mg).

Estabilidade

Os caratenóides podem perder alguma da sua actividade nos alimentos durante o armazenamento, devido à acção das enzimas e à exposição à luz e oxigénio. A desidratação de vegetais e frutas pode reduzir grandemente a actividade biológica dos caratenóides. Por outro lado, a estabilidade dos caratenóides é mantida nos alimentos congelados.

Funções

1. Antioxidante
O beta-caroteno tem propriedades anti-oxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas reactivas e altamente energizadas, as quais se formam através de certas reacções bioquímicas normais (p.ex. na resposta imunitária, a síntese da prostaglandina) ou através de fontes exteriores, tais como a poluição atmosférica ou o fumo do cigarro. Os radicais livres podem danificar os lípidos nas membranas celulares, bem como o material genético nas células, podendo os danos resultantes levar ao desenvolvimento do cancro.
2. Extinção do oxigénio singleto
O beta-caroteno pode extinguir o oxigénio singleto, uma molécula reactiva, que é gerada, por exemplo, na pele por exposição à luz ultravioleta e que pode induzir alterações pré-cancerígenas nas células. O oxigénio singleto tem a capacidade de despoletar a geração de reacções em cadeia de radicais livres.

Os benefícios de saúde do beta-caroteno

Muito cientistas acreditam que o consumo de frutos e vegetais ricos em beta-caroteno exerce um efeito protector contra o desenvolvimento de certos cancros. Uma elevada ingestão/estado deste nutriente tem sido associada com um decréscimo na incidência de certos cancros, especialmente o cancro do pulmão. Descobertas preliminares de um teste de intervenção double-blind e controlado por placebo e de um estudo de grupo de prospecção de casos controlados sugere que o beta-caroteno pode reduzir o risco de doenças coronárias.

Dose Diária Recomendada

A ingestão dietária para o beta-caroteno tem sido expressa até agora como parte da Dose Diária Recomendada (DDR) para a vitamina A. A DDR para o sexo masculino (+ 11 anos) é de 1.000 RE ou 1.000 mg de retinol ou 6 mg de beta-caroteno, enquanto a DDR para o sexo feminino (+ 11 anos) é ligeiramente inferior, 800 RE ou 800 mg de retinol ou 4,8 mg de beta-caroteno. Existem necessidades adicionais durante a gravidez e a aleitamento, 200 RE e 400 RE, respectivamente. Os bebés até aos três anos necessitam de aproximadamente 400 RE e as crianças (4-10 anos) necessitam de 500-700 RE. Aproximadamente um terço da vitamina A na dieta média americana é fornecida pelo beta-caroteno. Se a recomendação dietária do Instituto Nacional do Cancro fosse seguida, a relação entre beta-caroteno/vitamina A na dieta seria de 9/1. Para além das suas funções como provitamina A, continuam a surgir dados que suportam o papel do beta-caroteno como um micro-nutriente importante de direito próprio. Não existe, no entanto, ainda uma DDR para o beta-caroteno. De qualquer modo o consumo de alimentos ricos em beta-caroteno continua a ser recomendado por cientistas e organizações governamentais, tais como o Instituto Nacional do Cancer e o Departamento Nacional Americano para a Agricultura.
Se estas recomendações fossem seguidas, a ingestão dietária de beta-caroteno (cerca de 6 mg) seria várias vezes o valor da quantidade média consumida nos Estados Unidos (cerca de 1,5mg por dia).

Grupos de risco de baixo estado

Embora a população americana, em média, não consuma beta-caroteno suficiente, certos grupos de pessoas estão especialmente em risco no que se refere à inadequação da sua dieta de beta-caroteno. Por exemplo, foram relatados baixos níveis de beta-caroteno no sangue em fumadores, alcoólicos e utilizadores de certos medicamentos (contraceptivos orais, medicamentos contra a hipertensão).

Utilização profiláctica

Sistema Imunitário

Foi descoberto em vários estudos com seres humanos e com animais, que a suplementação com beta-caroteno realça certas respostas imunitárias.

Câncer

Estudos epidemiológicos mostraram que à medida que o consumo de frutas e vegetais ricos em beta-caroteno aumenta, decresce a incidência de certos canceres (i.e. pulmões, estômago). Para além disso, experiências em animais mostraram que o beta-caroteno atua como um agente preventivo contra o cancer. Actualmente muitos estudos de intervenção clínica estão a decorrer para testar a eficácia do beta-caroteno na prevenção do cancro.

Utilização Terapêutica

Problemas de fotossensibilidade

Têm sido efectuados vários estudos em pacientes com reacções de pele anormais à luz do sol, denominadas problemas de fotossensibilidade (i.e. protoporfíria eritropoiética). O beta-caroteno tem mostrado exercer um efeito fotoprotector nestes indivíduos.

Segurança

Devido à conversão regulada do beta-caroteno em vitamina A, o sobreconsumo não provoca a hiperavitaminose A. Consumos excessivos de caratenóides em certos tipos de doentes (hiperlipedemia, diabetes mellitus, síndroma nefrótico ou hipertiroidismo) podem causar hipercaratenoidemia a qual se manifesta por uma coloração amarelada na pele, principalmente nas palmas das mãos e solas dos pés. A cor amarelada desaparece quando o consumo de caratenóides é reduzido ou interrompido.
Foram conduzido estudos em seres humanos de forma a avaliar a segurança do beta-caroteno. Estudos realizados em pacientes com sensibilidade à luz, tais como a protoporfíria eritropoiética, não mostraram efeitos adversos com a ingestão de 50-200mg/dia de beta-caroteno durante vários anos.

Suplementos

O beta-caroteno está disponível em cápsulas duras e em cápsulas de gelatina mole, bem como em comprimidos de multivitamínicos.

História


1831
Wackenroder descobre os pigmentos amarelo/laranja nas cenouras e dá-lhes o nome de carotenos.
1847
Zeise apresenta uma descrição mais detalhada do caroteno.
1866
O caroteno é classificado como um hidrocarboneto por Arnaud e seus colaboradores.
1887
Arnaud descreve a presença generalizada dos carotenos nas plantas.
1907
Willstatter e Mieg estabelecem a forma molecular do caroteno, uma molécula formada por 40 átomos de carbono e 56 átomos de hidrogénio.
1914
Palmer e Eckles descobrem a existência de caroteno e xantofila no plasma do sangue humano.
1919
Steenbock (Universidade de Wisconsin) sugere uma relação entre os pigmentos amarelos das plantas (beta-caroteno) e a vitamina A.
1929
Moore demonstra que o beta-caroteno se converte no fígado na forma sem cor de vitamina A.
1931
Karrer e os seus colaboradores (Suíça) determinam as estruturas do beta-caroteno e da vitamina A.
1939
Wagner e os seus colaboradores sugerem que a conversão do beta-caroteno na vitamina A ocorre no interior da mucosa intestinal.
1950
Isler e os seus colaboradores desenvolvem um método para a síntese do beta-caroteno.
1966
O beta-caroteno é considerado como aceitável para utilização nos alimentos pelo Comité Conjunto FAO/WHO de Especialistas em Aditivos Alimentares
1972
São estabelecidas especificações pelo Código Americano de Químicos Alimentares para a utilização de beta-caroteno nos alimentos.
1978
O beta-caroteno é considerado como ‘GRAS’ o que significa que o ingrediente é “Globalmente Reconhecido como Seguro” e pode ser utilizado como suplemento da dieta alimentar ou na fortificação dos alimentos.
1981-82
O beta-caroteno/caratenóides são reconhecidos como factores importantes (independentemente da sua actividade como provitamina A) na redução potencial do risco de certos cancros. R. Doll e R. Peto: “Can Dietary Beta-Carotene Materially Reduce Human Cancer Rates?” (Pode o beta-caroteno na dieta alimentar reduzir substancialmente as taxas de cancro nos seres humanos?) (in: Nature, 1981), R. Shekelle et al: “Dietary Vitamin A and Risk of Cancer in the Western Electric Study” (A Vitamina A na Dieta Alimentar e o Risco de Cancro no Estudo da Wester Electric) (in: Lancet, 1981), “Diet, Nutrition and Cancer” (Dieta alimentar, nutrição e cancro) (1982): Revisão da Academia Nacional das Ciências Americanas mostrando que a ingestão de alimentos ricos em caratenóides está associada à redução do risco de certos cancros.
1982
Krinsky e Deneke mostram a interacção entre o oxigénio e os radicais de oxigénio com os carotenóides.
1983-84
O Instituto Nacional do Cancro (E.U.A) lança vários ensaios de intervencão clínica em larga escala, utilizando suplementos de beta-caroteno isolados e em combinação com outros nutrientes.
1984
É demonstrado que o beta-caroteno é um antioxidante eficaz in vitro.
1988
Devido ao elevado número de estudos epidemiológicos que demonstram a redução potencial da incidência de cancro relacionada com o aumento da ingestão de beta-carotenos na dieta alimentar, o Instituto Nacional do Cancro (E.U.A) emite instruções dietárias aconselhando os americanos a incluir uma variedade de vegetais e frutas na sua dieta diária.


Fonte : vitaminas .bayer.pt

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