RENDA É RELEVANTE PARA O CONSUMO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS



Renda é relevante para o consumo de alimentos orgânicos

Um estudo que descreve a disponibilidade de alimentos orgânicos nos domicílios brasileiros revelou que existe uma relação entre o aumento da renda e a disponibilidade domiciliar desses produtos em todas as regiões brasileiras. O nível de renda é fator relevante ao consumo de alimentos orgânicos.

“No Brasil, as informações com relação à disponibilidade e ao consumo alimentar de orgânicos são escassas, não existindo dados obtidos por meio de pesquisas de base populacional, em nível nacional, que permitam conhecer a situação atual e também viabilizar o acompanhamento das mudanças ocorridas nos últimos anos”, afirma a economista doméstica Edinéia Dotti Mooz.

A busca por alimentos provenientes de sistemas de produção mais sustentáveis, como os métodos orgânicos de produção, é uma tendência que vem se fortalecendo mundialmente.

Realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP, em Piracicaba, sob orientação de Marina Vieira da Silva, a pesquisa baseou-se nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 19 de maio de 2008 e 18 de maio de 2009, considerando uma amostra de 55.970 mil domicílios (áreas urbanas e rurais) em todo o território brasileiro.

“Na prática, descrevemos a disponibilidade domiciliar de alimentos orgânicos no Brasil, de acordo com as grandes regiões (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), unidades da federação, estrato geográfico (rural ou urbano), rendimento mensal familiar e a contribuição dos grupos de alimentos”, explica Edinéia.

No que se refere às características sociodemográficas das famílias, o estudo verificou que quanto menor o número de moradores por domicílio, independente da região, maior a disponibilidade alimentar de orgânicos. Destaca-se ainda que com o aumento da renda registra-se crescimento na disponibilidade de orgânicos nos domicílios com chefe/responsável do sexo feminino e a maior propensão ao consumo é verificada entre pessoas mais velhas, de 60 anos ou mais. “No entanto, isso evidencia a reduzida quantidade (média) disponível de alimentos orgânicos para a totalidade das famílias brasileiras”, comenta.

O Brasil se destaca como um dos grandes produtores em área plantada de alimentos orgânicos e esta agricultura é considerada estratégica na implementação de políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional, notadamente aquelas que envolvam estímulos à aquisição de alimentos saudáveis.

* Com informações da Agência USP

Sete formas de se alimentar com orgânicos com economia

Uma dieta rica em legumes, verduras e frutas é praticamente a garantia de saúde e qualidade de vida. Hoje, na era dos agrotóxicos as pessoas se perguntam sobre a procedência dos alimentos e o modo chamado “artificial” como boa parte deles é produzida. O uso dos químicos infelizmente se dá para aumentar a produtividade e consequentemente dar mais lucro aos produtores.

Existem dúvidas quanto ao consumo de um alimento natural e sobre a segurança em comer, por exemplo, uma salada crua ou um morango. A resposta para tudo isso está nos alimentos que chamamos de orgânicos. Estes alimentos são cultivados sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Toda a cadeia é levada em consideração, inclusive a qualidade do solo.
A vantagem destes alimentos é que eles são mais ricos em nutrientes e não existem substâncias químicas no processo. A desvantagem é que eles podem custar o dobro.
Mesmo tendo muita informação, boa parte das pessoas não sabem como identificar esse tipo de alimento. Para resolver esse problema e ainda conseguir integrar os orgânicos no orçamento mensal é preciso adquirir conhecimento específico em alimentos.
Aqui estão sete coisas que você deveria saber sobre: comer alimentos orgânicos economizando dinheiro.
- Alimentos orgânicos não são cultivados iguais aos convencionais: este tipo de produto não tem que percorrer grandes distâncias até chegar ao seu consumidor final. Apoie comunidades locais.
- Esteja atento a comprar primeiro, localmente: existem maneiras de encontrar produtos orgânicos locais. Se possível, verifique se existe um mercado dos produtores rurais locais. Muitas vezes eles têm grandes promoções em produtos orgânicos, e os alimentos da temporada devem estar ainda mais saborosos. Envolva-se em programas de apoio à comunidade agrícola. Você pode pré-comprar uma parte das colheitas de um agricultor pagando por mês, semana ou temporada, dependendo da comunidade.
- Aprenda a cozinhar por temporada: as culturas quando estão na época são geralmente mais baratas e mais abundantes. Saiba quais são as temporadas de cada alimento de sua região e compre aqueles que estiverem na época; é certo que eles serão mais saborosos, mais bonitos e mais nutritivos, além de muito mais baratos.
- Compre a granel, em seguida desidrate ou faça conservas: se você não estiver disposto a desistir de tomates ou damascos, quando muda a estação, não tem problema. Compre de seu produtor orgânico ou de seu mercado favorito, quando for mais barato (normalmente quando está na época) e faça conservas.
- Participe ou crie um clube de compra de alimentos orgânicos:  comprando em grandes quantidades é quase sempre possível reduzir os custos. Reúna alguns de seus amigos, e compre diretamente de atacadistas. Em seguida, divida as mercadorias quando elas chegarem. Seu grupo pode criar uma sociedade em um armazém cooperativo ou trabalhar com um distribuidor de varejo. Esta compra em grupo é uma ótima maneira de pagar menos, principalmente em itens como os produtos orgânicos.
- Escolha seus produtos: se você não pode se dar ao luxo de comprar orgânicos saiba quais alimentos têm mais contatos com agrotóxicos e evite-os. 
- Cultive seu próprio alimento: há uma maneira fácil de poupar dinheiro e comer organicamente para sempre: cultivar seu próprio alimento. Deste modo tem-se um controle total sobre o que é criado. Plante uma horta ou um jardim de ervas na janela. Cada passo à frente é um passo rumo à sustentabilidade e um passo mais longe de produtos químicos desagradáveis ​​e produtos importados sem sabor.
Redação CicloVivo

Orgânicos no Brasil: preços altos e pouco estímulo ao produtor

consumo de produtos orgânicos vem sendo cada vez mais estimulado não apenas no Brasil, mas em escala mundial. São muitos os beneficiados com o consumo de orgânicos: produtores e consumidores que se arriscam menos sem exposição a agrotóxicos e o meio ambiente que não sofre com as modificações e agressões de pesticidas, inseticidas, hormônios e adubos artificiais. Apesar disso, um elemento da equação sofre nesta conta: o bolso do consumidor.

Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e divulgados em maio revelaram um crescimento de 8% na comercialização de produtos orgânicos. Ainda, segundo a Associação, os supermercados são a grande fonte de produtos orgânicos ao consumidor brasileiro, que alcançou R$ 1,12 bilhão no ano passado, seguidos a alguma distância por lojas especializadas e feiras típicas.

A pesquisa revelou também o perfil desses consumidores e constatou: o atual comprador típico de orgânicos é mulher, acima de 30 anos, com alta escolaridade e busca principalmente saúde. Esse perfil foi traçado em 2011 pela Organic Services, e baseado em quase duas mil entrevistas em pontos de venda de sete capitais brasileiras. 

Há forte demanda no setor orgânico, mas falta pesquisa para o avanço tecnológico que trará aumento de produção, avalia a IBD Certificações, como um grave problema do setor.

Sem investimento em pesquisa, o futuro da agricultura orgânica no País está seriamente comprometido porque ela é fundamental para aumentar a produtividade e a competitividade desses produtos no mercado frente à concorrência dos similares produzidos de maneira tradicional. A constatação foi feita pelo engenheiro José Pedro Santiago, membro do conselho de certificação, do Grupo Gestor e Ouvidor do IBD Certificações.

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que executa e coordena pesquisas na área agropecuária no Brasil, tem poucos projetos de agricultura orgânica. “Mas já teve muito menos. O apoio da Embrapa à agricultura orgânica tem crescido nos últimos anos e a dedicação dos profissionais envolvidos será fundamental para a continuidade dessas pesquisas”, afirmou o especialista.


Preços altos X produtos orgânicos

A falta de competitividade no mercado gerada por uma demanda que não supera e nem se equipara aos produtos tradicionais é o que faz com que os preços de produtos orgânicos cheguem a ser muito mais altos que os de itens convencionais.

Uma pesquisa realizada pelo portal Consumidor Moderno e pela fanpage da revista mostrou que 69% dos consumidores não compram orgânicos por acharem que os preços não estão de acordo com a realidade econômica brasileira, contra 31% que preferem pagar mais em prol de saúde e sustentabilidade.

Um levantamento feito pela Organic Services, no final de 2010, mostra que de uma maneira geral, os brasileiros até querem consumir mais alimentos orgânicos, mas a maior dificuldade para isso é o preço, seguido pela pouca variedade e dificuldade em encontrar os produtos. Seu custo é, em média, 60% maior que o dos similares convencionais, nos supermercados a diferença chega a ser 463%.
Apesar disso, dados da Brasilbio (Associação Brasileira de Orgânicos) mostram que, há cinco anos, os preços dos orgânicos ao consumidor eram, em média, 70% superiores aos similares não-orgânicos. Hoje, custam apenas 30% mais.
Fonte:http://consumidormoderno.uol.com.br/

Comentários