MONSANTO CONSEGUE A PATENTE DO BRÓCOLIS

Editora Globo
Empresa patenteou variação obtida com cruzamentos
e seleções naturais (foto: Wikimedia Commons)

Monsanto consegue a patente do brócolis


 
Empresa patenteou variação obtida com cruzamentos e seleções naturais; ONG protesta e organiza abaixo-assinado
       
O Escritório Europeu de Patentes em Munique concedeu à francesa Monsanto no último dia de 16 de junho a patente do brócolis. Parece surreal, mas aconteceu: uma empresa chamada Seminis, cuja dona é a Monsanto, recebeu a patente EP 159765 do brócolis derivado de plantio convencional, derivado de cruzamento e seleção natural de vários tipos de brócolis, que pode acontecer de maneira induzida pelo ser humano ou mesmo naturalmente. A patente cobre as plantas, as sementes e a "cabeça cortada do brócolis". A patente também descreve "uma pluralidade de tipos de brócolis... que crescem em plantios de brócolis."
Se ficar com dúvidas, confira o documento completo da patente. É comum que empresas como a Monsanto, que entre outras coisas desenvolvem modificações genéticas para diversos tipos de plantas, patenteiem tipos especiais de determinada espécie, desenvolvidos em laboratório. Incomum é que essas empresas sejam capazes de patentear variações de determinado vegetal que foram obtidas somente de cruzamentos e seleções naturais em colheitas, como é o caso dessa vez.
A patente garante a Seminis a exclusividade no plantio dessa variação natural do brocólis. É como dar a alguém a patente de uma composição de água mineral específica, por exemplo. Anteriormente, o Parlamento Alemão e o Parlamento Europeu já tinha se manifestado contra a concessão de patentes do tipo, e na Europa, a ONG No Patents on Seeds! coletou mais de 2 milhões de assinaturas pela proibição de patentes de cruzamentos convencionais. A mesma ONG está organizando outro abaixo-assinado, contra essa patente em específico, e você pode assiná-la aqui.
O perigo, de acordo com a ONG, é que isso vire moda. De acordo com um documento da World Food Organisation, há uma tendência na indústria de biotecnologia de patentar cruzamentos convencionais de plantas para expandir os negócios. Segundo o relatório, as vendas de plantas do tipo, com patentes baseadas em cruzamentos naturais, vão aumentar de 700 milhões de dólares hoje para 3 bilhões de dólares em 2020.

Fonte:http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/

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